quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Caminhar

Segurei firme na maçaneta. Girei a chave e encerrei um ciclo. O barulho da porta fechando, ressoou fundo. Ressoou na alma que despedia do que antes fora um lar.

Terminar ciclos e historias é sempre uma desilusão. Não daquelas impostas que você sofre sem escolha.  Des-ilusão porque uma idealização chegou ao fim.

Mas des-ilusões sempre fazem com que a gente se liberte. 

Sinto mais livre pra criar novas expectativas. Porque ao contrário do que a maioria pensa, criar expectativas não é um erro. Almejar alto é uma necessidade. O pouco jamais vai me contentar. 

E assim fechei a porta. Sequei algumas lágrimas e olhei pra frente cheia de esperanças e exigências pra mim, pra nós, pra vida, pro futuro. Afinal como diria o escritor: "De onde menos se espera é que nada sai mesmo. " 

Aline Prado

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sobre dons que todos temos

- Você não acha que a vida é um milagre?
- Não. A vida é para fazer milagres.
... Ela tem razão, a vida é para fazer milagres [...] esse milagre pequenininho que temos em nossas mãos, o de querer bem uns aos outros e de nos ajudarmos. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Des-espera(o)

Ser nu e visceral consigo mesma, despejar palavras e jorrar os sentimentos sobre o papel é terrível. 

Às vezes soo como outra pessoa. E estranho a mim mesma. 
Surte da superfície e do senso comum o que escrevo, falo, expresso. Caricaturas do real que ouso enxergar de quando em quando. Caricatura de mim mesma que sequer olho de verdade para o meu interior. 
Talvez por isso eu admire tanto a poesia. Tantas vezes um reverberar sem cabimento e que sinto que não consigo criar. Por que tudo tem que fazer sentido? 

Eu quero escrever bem. Mas será que consigo ser em papel minha própria prosa? Ou continuarei não me reconhecendo no que teço? Continuarei transparecendo somente uma vulgar sombra do meu eu? Ou mostrarei mais que uma fresta do turbilhão que me acompanha?

(continuará)...


Aline Prado

sábado, 30 de agosto de 2014

E ponto!

Hoje acordei querendo me reinventar. A insatisfação sempre foi minha guia. Quero mudar de estrada. Talvez ela venha atrás de mim e tente me acompanhar. Mas vou estar sempre um passo a frente.  Não quero mais que ela me faça sombra.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Uma não poesia

Não tem sensação melhor do que estar na estrada com o vento batendo no rosto. Silêncio. Plenitude. Gratidão. Reflexões. 

E se a estrada fosse o fim da linha? E se tudo acabasse aqui? E se fosse o último caminho a percorrer? 

Se fosse? Iria a pé, devagar, com os pés descalços e fôlego pra apreciar as belezas do trajeto. 


A estrada é o fim da linha. Um caminho em ascendência. E aqui, só há espaço pra isso. 



Aline Prado.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Duvidas

(Achei perdido... Queria saber a data).

Você ouve os meus pensamentos?
Consegue entender o que eu não transmito?
Sente minha falta quando estou partindo?
Ou sou só eu criando histórias?

O que vivemos ontem, ainda hoje é desejo?
Ou são só lembranças na memória?

Aline Prado