quarta-feira, 5 de junho de 2013

O que é bom para você?

Pensando em porquê tantas atrocidades acontecem, concluí que na verdade a gente incita ao ódio e a violência todo o dia.

Você xinga quem te fecha no transito, você fica irritado se tem que esperar por qualquer coisa. Você fica incomodado se um estranho puxa conversa com você na rua. 

Talvez você não julgue alguém por sua "raça" ou por sua "opção" sexual, mas não perde uma oportunidade de falar mal pela roupa escolhida. Você não exita mentir pra levar vantagem. Você engana sua(seu) namorado(a) e acha isso normal. Você passa ao lado de pessoas famintas e abandonadas todos os dias e isso nem mexe com você. Você acha ruim de não poder dirigir e beber. Você trata pessoas com desrespeito. Você deixa sua bandeja de fast food jogada na praça de alimentação, porque "não é seu serviço" jogar o lixo fora (e o que dizer das roupas emboladas nos provadores porque você "é bom demais" para coloca-las no cabide novamente)? Você não levanta para dar lugar a uma senhora no ônibus... 

No fundo, você não está nem aí para ninguém além de você.


E essa é a raiz de todo o mal. O ladrão rouba porque é bom pra ele. O salafrário mente porque é bom pra ele. O trapaceiro engana porque é bom pra ele. O assassino mata porque de alguma maneira é bom pra ele. "Seu" ladrão! Corrupto! Mentiroso! Assassino! Egoísta! Se você só age como te convém e em prol dos seus interesses, a única coisa que te difere daqueles cujo os pecados abominamos, são as circunstâncias.

Então reveja os seus atos. O amor e a bondade estão realmente vivos em nossas vidas? Só assim vamos mudar o curso dessa nossa sociedade hostil. Ceda o passo. Sorria. Seja amável. Dê bom dia ao porteiro, as pessoas que encontrar na rua e ao motorista. Se você não é de dar gorjetas, deseje ao menos um bom dia ao pedinte. Pergunte a quem você encontrar jogado na rua, se essa pessoa precisa de ajuda...Afinal de contas, o que realmente importa? O que vale mais nessa vida? O que você está tentando cultivar? E de uma forma ou de outra somos todos irmãos, lembra?


Aline Prado

quinta-feira, 15 de março de 2012

Deixa eu brincar de ser feliz.

É difícil explicar, mas todos nós sentimos como a vida tem uma
certa "vontade própria". A gente se perde tantas vezes, se autoengana....
Mas ao final a vida se encarrega. Ou talvez somos nós nos dando conta
só agora, do que na verdade sempre quisemos.

Quando as incertezas vem, é bom se proteger com algumas "lembranças
do passado". Porque os nossos desejos mais puros são os mais sinceros.
Quando a sua única preocupação era ser feliz o que você desejava? Nesses
sonhos você traçou o seu futuro. E uma hora - felizmente - eles voltam a fazer
parte dos nossos propósitos e se tornam nossa realidade.



Aline Prado.

(Imagem: DocUNC )

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sincronicidade

... São perguntas que me faço, respostas que gostaria de ter. Queria saber o momento certo de agir, poder discernir com certeza quais decisões tomar, que tudo tivesse um rumo certo. Queria acertar nas escolhas e principalmente não deixar passar nenhum grande momento. Mas pensando bem, "grande momento", decisões certas e felicidade, se arriscam. Seu coração te aponta, seus sentimentos bradam e sua inteligência te guia. E você se lança. E faz o momento perfeito e a escolha correta. Ou às vezes isso simplesmente acontece. Assim, suave e forte ao mesmo tempo. Certeiro e natural, descomplicado e enérgico... De uma maneira que só são as coisas que acontecem por acaso. Como se definitivamente tivessem que acontecer.

Aline Prado

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Até mais.

(É... Às vezes, digo muitas vezes, eu também sou uma covarde. Letras que provavelmente nunca vou enviar.)

Eu sempre achei que você nunca ia me decepcionar, que se alguém sempre estaria ao meu lado esse alguém seria você.

E eu chamei e você não veio. Ausência. 

Você se esqueceu. Mas a gente sempre lembra de quem a gente ama, não é mesmo?

Eu vivo no mesmo mundo que o seu. Eu também gostaria de passar mais tempo com a minha família, me dedicar mais aos meus amigos e sei que nem sempre isso é possível. Não poder atender um telefonema é normal, não ter tempo de ler um e-mail também é. Mas ignorá-los quando todos dizem "preciso de você" é indiferença.

A culpa talvez foi toda minha: idealizei. Você não é perfeita, nem tão especial. Mas hoje sem nenhum rancor eu tiro esse fardo da suas costas. Porque na sua ausência muitos me acompanharam. Talvez sejam menos sábios e menos virtuosos, porém, não falharam no mais primordial: dar a mão. Amar com gestos e não com intenções.

Eu não esperava que você falhasse. Certamente você teve seus motivos. E como guia que você sempre foi,  desconfio até que você pode ter feito isso de propósito. Talvez você já sabia tudo o que eu iria aprender com sua ausência e decidiu me deixar sozinha. Mas se o mestre permite, dessa vez é a aprendiz quem gostaria de ensinar uma lição: ninguém tem o direito de decidir nada pelo outro. Foi muito duro, e, contraditório. Não há lição maior do que o amor. Pelo menos isso era o que você sempre pregava.



Aline Prado

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Não arriscar é perder-se

Um dos meus filósofos preferidos. Simplesmente amo esse texto.

"Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não arriscar é perder-ser."


kierkegaard

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Olhar poético

Somos assassinos de oportunidades. Perdemos o interesse com tão pouco. Ou tão pouco nos interessa. E sinto que cada vez mais isso se aplica também às pessoas.

Quantos passam por nossas vidas e, simplesmente (isso mesmo), "passam". Sem deixar rastros, sem deixar marcas, sem deixar saudades.
Acho isso um tanto quanto assustador, porque é tão fácil ter contato com tanta gente diferente. Mas ao mesmo tempo cada vez mais difícil que signifiquem algo em nossa existência. E vice-versa.

Não estou dizendo que temos que ficar amigos de qualquer ser humano que encontremos no caminho. Só que também não entendo a razão de tanto desinteresse pelo outro ou a superficialidade que usamos para "medir" quem encontramos. Será porque nos tornamos só "mais do mesmo" e é assim como vemos também quem nos rodeia? Ou será porque nos decepcionamos tanto que desaprendemos a ver a grandeza do homem?

Faça o teste. Converse com alguém. Pergunte sobre os seus interesses, seus sonhos, suas metas. Dificilmente ele lhe devolverá as mesmas perguntas. Presumimos que conhecer uma pessoa é saber sua profissão, onde mora e quais lugares freqüenta. Talvez por isso seja cada vez mais difícil fazer um amigo de verdade. Quase nunca chegamos a conhecer profundamente quem está ao nosso lado. E como já disseram sabiamente, se você quiser entender alguém não pergunte quem ele é, mas ao que ele aspira. O que fazemos, aonde vamos, onde moramos é só mais do mesmo. É o que menos importa. 

Para matar a poesia basta considerá-la toda dita. Acho que é assim que eu me sinto quando eu conheço uma pessoa e sei que ele só quer uma parte de mim: morta. Como se assassinam versos, por julgá-los simples versos. Morta. Como se assassina a dignidade e a riqueza de alguém por considerá-la um contato, um rosto, um corpo.


Aline Prado



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Verdadeiro e eterno não são sinônimos.

Segue o seu caminho. Ou pelo menos, segue.


Dizem que o amor, se não for eterno, não é amor. Entendo eu tão pouco assim desse "sentimento" e por isso discordo? Ou somos nós que por ter tanta necessidade de se agarrar a algo estável insistimos que o amor nunca passa?


Não tenho a pretensão de compreender o amor, nem ao menos de defini-lo. Porém arrisco dizer o que ele talvez não seja: eterno.


Amor puro por alguém é amor pelo que a pessoa é. E isso se complementa no que vocês se tornam juntos. 
Só que se ninguém "é" o que "é" (ou como "é") para sempre, e você ama o que eu "sou", como pode o amor, ser eterno? Às vezes reaprendemos a amar o que o outro se torna. Mas às vezes não.


O que penso (hoje, porque felizmente as opiniões também mudam) que ao fim o que perdura é o anseio de amar e ser amado, e, a busca por liberdade. O amor tem raízes e a liberdade asas enormes. E fortes, muito fortes. Quando elas alçam voo, nada as prende no solo. E é por isso que às vezes somos nós quem partimos e outras vezes quem estava ao nosso lado. É simplesmente a liberdade com seu ímpeto nos arrojando para outros destinos. Não porque o amor sufocasse, mas porque mudamos e não cabemos mais nele. E é assim que o desejo de ser livre arranca as "raízes". 


E o amor, na sua reciprocidade, talvez não permaneça. Mas de alguma maneira ele se mantém. Em forma de carinho, em forma de lembrança, em sentidos. Por isso segue, segue o seu caminho. Não foi eterno, mas foi verdadeiro e isso é o mais importante. Bate suas asas também, seja livre. E pouse em outro lugar onde você possa se enraizar. 


Aline Prado.