terça-feira, 23 de agosto de 2011

Verdadeiro e eterno não são sinônimos.

Segue o seu caminho. Ou pelo menos, segue.


Dizem que o amor, se não for eterno, não é amor. Entendo eu tão pouco assim desse "sentimento" e por isso discordo? Ou somos nós que por ter tanta necessidade de se agarrar a algo estável insistimos que o amor nunca passa?


Não tenho a pretensão de compreender o amor, nem ao menos de defini-lo. Porém arrisco dizer o que ele talvez não seja: eterno.


Amor puro por alguém é amor pelo que a pessoa é. E isso se complementa no que vocês se tornam juntos. 
Só que se ninguém "é" o que "é" (ou como "é") para sempre, e você ama o que eu "sou", como pode o amor, ser eterno? Às vezes reaprendemos a amar o que o outro se torna. Mas às vezes não.


O que penso (hoje, porque felizmente as opiniões também mudam) que ao fim o que perdura é o anseio de amar e ser amado, e, a busca por liberdade. O amor tem raízes e a liberdade asas enormes. E fortes, muito fortes. Quando elas alçam voo, nada as prende no solo. E é por isso que às vezes somos nós quem partimos e outras vezes quem estava ao nosso lado. É simplesmente a liberdade com seu ímpeto nos arrojando para outros destinos. Não porque o amor sufocasse, mas porque mudamos e não cabemos mais nele. E é assim que o desejo de ser livre arranca as "raízes". 


E o amor, na sua reciprocidade, talvez não permaneça. Mas de alguma maneira ele se mantém. Em forma de carinho, em forma de lembrança, em sentidos. Por isso segue, segue o seu caminho. Não foi eterno, mas foi verdadeiro e isso é o mais importante. Bate suas asas também, seja livre. E pouse em outro lugar onde você possa se enraizar. 


Aline Prado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Onde mora o passado?

Onde mora o passado? Eu queria tanto ir lá te visitar. Eu queria tanto buscar a gente e trazer pro presente. 


Onde mora o passado? Porque se eu descobrisse mesmo o endereço do "que já se foi" eu bateria na porta daquela primeira pessoa que amei e lhe diria isso, com todas as consequências. Eu não teria fugido do que eu sentia, eu teria aceitado ficar sem chão e aprenderia a perder o controle. 


Aquela foi a única vez que eu fugi do que eu sentia. Eu corri tão longe que nunca mais achei o caminho de volta. E aprendi a me entregar. A me entregar até demais. 


E eu queria tanto saber onde fica "o que já passou" porque tem outras pessoas que eu também queria ver. Mas dessa vez não pra dizer, mas pra calar. Porque foram pessoas que se calaram. São histórias lindas que nunca aconteceram. E eu não peço que "fossem" historias de amor. Mas poderiam ter sido ao menos de amizade. 


Como é possível que alguém se importe com você, goste de você, e você simplesmente se cale? Eu soube uma vez, mas já tem tanto tempo que eu nem sei mais como é ser assim. 


Pensando bem se eu conseguisse o endereço do passado eu correria pra dizer o que eu não disse, e beijar os beijos que ficaram só na minha imaginação. Mas não voltaria para recolher gestos e palavras que foram sinceros, embora não correspondidos. Talvez um dia eles queiram voltar ao presente, nem que seja para dizer obrigado. E quem sabe assim nós encontremos juntos o endereço do futuro (e que lá haja menos jogo e mais importância a quem se importa de verdade)


Aline Prado.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Eu escolho a felicidade.

A vida é uma corrida por auto-realização e felicidade. Disso ninguém discorda.
Porém quando falamos nos meios ou maneiras para chegar lá, podem ser tantos quanto pessoas há no mundo. 

Mas sendo pelo caminho que seja, eu me pergunto se estamos realmente tentando chegar "lá". 
Porque para mim a felicidade é um mosaico de pequenos momentos especiais. E especial, na circunstância que for, é quando você é apreciado de verdade. É quando você se sente em sintonia com as pessoas ao seu redor porque elas valorizam a sua presença. É quando há uma troca sincera de carinho ou quando você é visto por aquilo que realmente é: alguém único.

E eu me pergunto se realmente estamos tentando chegar "lá". Porque nós, hoje em dia, não só temos dificuldade em valorizar as pessoas, mas também temos dificuldade em nos valorizar.

Ontem eu fiquei pensando nisso quando uma pessoa quis me beijar, simplesmente "porque sim". Ele me dizia: eu só quero um beijo. É só um beijo e mais nada. E eu me recusei. Por várias razões,  talvez até por caretice, mas principalmente por saber que aquilo não ia significar nada para mim. Nem para ele. Um momento sem sentido pode até ser um momento de prazer e inclusive de alegria, mas nunca de felicidade.

E que me desculpem os que acham que meus "momentos" são muito à moda antiga, mas eu ainda prefiro a felicidade ao prazer. Eu ainda prefiro ganhar um amigo a ganhar um ficante, eu ainda prefiro momentos sutilmente especiais à momentos intensos e ao mesmo tempo, vazios. Vazios porque não trazem nem deixam nada de duradouro. Vazios porque me tratam como mais um e assim me tiram do rumo da felicidade.

Mas enfim, isso é só minha opinião. Ou talvez eu seja à moda antiga demais.

Aline Prado.